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21 de agosto de 2014

Segurando as pontas



Sabe aquele desespero que bate enquanto a tão esperada resposta não vem? Ou então quando a pessoa que disse que viria se atrasa e se depende muito dela para realizar algum novo projeto, sabe?

Aquela dorzinha no peito de angustia. Aquele sentimento de insegurança e preocupação. Pois é, todos sabemos o que é isso e não é gostoso sentir.

Mas como, então, segurar as pontas?

Durante a partida do povo de Israel do Egito, o povo se emocionou muito, com a forma que partiram de lá. Mas ao entrarem no primeiro beco “sem” saída alguns ficaram desesperados.

Ali na frente estava o Mar Vermelho e pouco atrás estava a cavalaria egípcia. A promessa de Deus é que eles seriam libertos, mas os olhos humanos viam apenas águas (e muitas águas) e cavalos e espadas (e muitas espadas).

A resposta de Deus veio, contudo alguns já haviam recuado para se render a Faraó, morreram. Os que ainda esperavam, viram o mar se abrindo. O que também não aconteceu em um segundo, mas sim a noite todinha (Ex 14:21), ou seja, mais espera, porém o Senhor não desamparou o seu povo.

Prosseguiram, venceram e continuaram a caminhada. Mas a espera ainda não tinha se findado. O povo não conseguia ficar sem murmurar, ou sem ter algo pra criticar, por isso, pagaram com a própria vida.

Quando Moisés subira ao cume do monte, os que ficaram fizeram deuses para adorarem. Quando viram que da rocha saiu água, glorificaram, mas quando acabou a água outra vez, reclamaram de novo e Moisés perdeu sua promessa por não suportar mais a bagunça que eles estavam fazendo, recebeu água outra vez, mas deixou de beber da terra que manava leite e mel.

Ainda existem muitos outros pontos para contar sobre Moisés e o povo rebelde de Israel no deserto. As lições não se findam, principalmente do que NÃO se fazer quando estamos esperando a promessa de Deus.

Mas transferindo o contexto para os dias de hoje, vemos os estresses gerados pelo mercado de trabalho, pelas perseguições na escola, por tantas pressões que atacam de todos os lados, até mesmo dentro das próprias famílias. E sabemos que Deus nos ajudou em inúmeras oportunidades, entretanto, a cada vez que o conflito aparece, ou temos que caminhar no deserto, acabamos nos esquecendo do que já vivemos e vencemos.

Caminhar na areia quente, sem sombra nem água fresca não é fácil. Não mesmo. Porém, assim como os israelitas perderam a chance de ficar quietinhos, e perderam muito mais ainda. Nós também temos essa oportunidade: murmurar ou depositar nossa angústia nos pés do nosso Salvador, Jesus Cristo.

É um ensinamento que parece batido, mas que temos uma dificuldade imensa de praticá-lo:
 “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e teu cajado me consolam” (Sl 23:4)
Não temas, crê somente. Caminhe e levante a cabeça. Lembre-se de Josué e Calebe, foram fortes e corajosos, não duvidaram da promessa, seguraram as pontas e não perderam aquilo que lhes foi prometido, mesmo não tendo sido fácil.

Deus é bom e sua misericórdia se renova dia-a-dia e ele não nos deixará mendigar o pão e nem permitirá que nossos pés vacilem, se guardarmos sua palavra e princípios em nossos corações.

Uma boa semana a todos. Segure as pontas! Deus é muito maior que nossos problemas!

Deus é bom o tempo todo. O tempo todo Deus é bom!

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